quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

16 concursos na área policial somam 13,7 mil vagas. Veja dicas de concursos para vagas na área de segurança pública

Lia Salgado destaca requisitos para concorrer a uma vaga na polícia.

A área de segurança pública está muito aquecida nesse início de ano: são 16 concursos que oferecem no total mais de 13 mil vagas a serem preenchidas por quem estiver bem preparado. O candidato que escolhe essa área de concurso tem um perfil bastante específico: mesmo que concorra a algum cargo administrativo, costuma preferir órgãos envolvidos com a atividade policial, cujos desafios exercem grande atração.

Os salários e níveis de exigências variam de um cargo para outro e de cargos similares em um estado (polícia civil, militar e bombeiro) ou município (guarda municipal) para outro. Até mesmo os requisitos exigidos, como nível de escolaridade, idade máxima e altura mínima podem variar, desde que estejam estabelecidos na lei que rege o cargo naquela unidade da federação. Naturalmente, melhores remunerações costumam corresponder a maiores exigências quanto a escolaridade e conteúdo programático.
A evolução da sociedade demanda que a segurança pública seja exercida cada vez mais com respeito aos direitos humanos e de acordo com os ditames da lei. Para isso são necessários servidores bem preparados técnica e psicologicamente. Observamos que os concursos públicos têm traduzido essa tendência, elevando os níveis de escolaridade exigidos e ampliando os conhecimentos necessários, incluindo direitos humanos e afins para cargos da polícia militar e disciplinas de direito na maioria dos editais para a polícia civil.
Isso é, de certa forma, uma maneira de a administração pública selecionar candidatos com perfil alinhado com essa nova política. Exceção surpreendente a isso é o estado de São Paulo, que ainda exige apenas nível fundamental de escolaridade para os seus agentes da polícia civil e bombeiros militares, e o edital atual para a polícia militar do Espírito Santo, que cobra apenas conhecimentos de português e matemática.
Praticamente todos os concursos incluem redação.

O conhecimento de leis relacionadas à atividade também vem sendo cobrado na maioria dos concursos.

Vale lembrar que os concursos para a polícia, exatamente em razão do tipo de atividade, têm características próprias. A maioria exige altura mínima e idade máxima para o candidato poder concorrer (os concursos federais, como PF, PRF e ABIN não exigem).
Além disso, o teste de aptidão física e o curso de formação fazem parte das etapas para a aprovação dos futuros policiais, que também serão submetidos a avaliações médicas (com teste antidrogas) e psicológicas mais rigorosas do que em outros concursos. A conduta do candidato em sua vida (investigação social e sindicância da vida pregressa) também é analisada para verificar se está ou não condizente com a futura atividade.

É bastante comum ser exigida habilitação para dirigir veículos automotores na categoria B, no mínimo.

Muitos editais não sugerem bibliografia, mas o candidato que sentir necessidade pode consultar edital de outro estado/município para buscar referência bibliográficas, lembrando que são apenas indicativas de fontes de estudo. Já as leis federais podem ser encontradas na página www.planalto.gov.br.

Guarda municipal
O nível de escolaridade pode variar, sendo mais frequente a exigência de nível médio. As disciplinas mais cobradas são: português, matemática/raciocínio lógico, informática, direito constitucional, direito administrativo, direitos humanos e cidadania, trânsito e leis específicas, sendo que nem todas estão em todos os editais.
Polícia Militar
Cargos de soldado e oficial.
O nível de escolaridade varia de um estado para outro e é possível encontrar cargo de oficial que só exige nível médio (Mato Grosso do Sul) e de soldado que exige nível superior (Goiás e Distrito Federal).

Para os cargos de nível médio as disciplinas mais frequentes são: português, matemática, história e geografia. Em alguns casos, direitos humanos, atualidades e/ou informática.

Nos casos em que é exigido o nível superior de escolaridade, é comum serem cobradas também as disciplinas: direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e leis extravagantes (legislação relacionada à área). Em alguns casos, também, direito penal militar e processual penal militar para oficiais.
Polícia Civil
Cargos de agente, escrivão, investigador, papiloscopista, delegado e perito.
O nível de escolaridade varia de acordo com o cargo e o estado, sendo que delegado e perito exigem nível superior.

As matérias frequentemente cobradas são português, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e leis extravagantes. Raciocínio lógico e informática também aparecem em diversos editais.
Polícia Rodoviária Federal (Lei 9.654/98)
Nível superior para os policiais. Há também cargo administrativo de nível médio.
O último concurso da Polícia Rodoviária Federal aconteceu em 2009 e cobrou português, raciocínio lógico, informática, física, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal, legislação específica, direito civil, direitos humanos e cidadania, direção defensiva, primeiros socorros, e legislação de trânsito.

Polícia Federal (Lei 9.266/96)
Cargos de agente, escrivão e papiloscopista – nível superior (curso de tecnólogo é aceito)
Perito – nível superior com formações específicas (bacharelado ou licenciatura - tecnólogo não é aceito). Delegado - bacharel em direito.,
Há também cargos administrativos de nível médio e superior.
Polícia Federal durante operação em rua de João Pessoa, Paraíba 
Disciplinas comuns para agente, papiloscopista, escrivão e perito: português, informática, atualidades, raciocínio lógico, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e legislação específica.
Disciplinas específicas
Agente: administração, economia e contabilidade;
Papiloscopista: física, química, biologia, arquivologia, noções de identificação e de estatística;
Escrivão: administração e arquivologia;
Perito: específicas relacionadas à área
Delegado: direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal, criminologia, direito civil, direito processual civil, direito previdenciário, direito financeiro e tributário, direito internacional público, e direito empresarial.

A PF protocolou pedido no Ministério do Planejamento para realizar concurso para 1.200 vagas - 600 vagas de agente, 450 de escrivão e 150 vagas de delegado. O concurso para 150 vagas de delegado, 100 de perito e 350 de escrivão, publicado em 2012, continua suspenso.

Banco Central – área 2 (segurança) - nível médio
O Banco Central também tem área destinada à segurança. O último concurso aconteceu em 2009, organizado pela Fundação Cesgranrio. As matérias básicas foram: português, direito constitucional, direito administrativo, atualidades e raciocínio lógico. Específicas: teoria e normas de segurança, e legislação específica.
Há pedido de autorização para realização de concurso.
Sede da Abin, em Brasília
Agência Brasileira de Inteligência (Lei nº 11.776, de 17 de setembro de 2008)
Há cargos de nível médio (agente de inteligência) e superior sem formação específica (oficial de inteligência - graduação de nível superior em qualquer área de formação) e cargos que exigem formação técnica (agente técnico de inteligência ) ou graduação de nível superior específica (oficial técnico de inteligência).

Os últimos concursos da ABIN aconteceram em 2010 e 2008, ambos realizados pelo Cespe/Unb. As disciplinas cobradas no concurso de 2010, que era para os cargos com formação específica (médio/técnico e superior), foram: português, direito constitucional, direito administrativo, raciocínio lógico, informática e legislação específica, além das matérias relacionadas à área de atuação.

Já em 2008 o concurso foi para os cargos sem formação específica (médio e superior) e cobrou português , direito constitucional, direito administrativo, atualidades, geografia e língua estrangeira (inglês ou espanhol).

Estudar antes do edital
Quem pretende trabalhar na carreira de segurança pública deve iniciar os estudos com antecedência, a partir das matérias mais cobradas para o seu nível de escolaridade.
Os concursos mais simples de nível médio cobram português, raciocínio lógico/matemática, história, geografia, direitos humanos, informática e atualidades.
Outros incluem também direito constitucional, direito administrativo e algumas leis.
Para os cargos de nível superior, o grupo básico contempla português, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e leis extravagantes. Alguns cobram também informática, atualidades e raciocínio lógico. Com esse leque de disciplinas o candidato estará muito bem preparado para quando sair algum edital – bastará fazer os ajustes necessários e incluir alguma específica relacionada ao cargo.

Também é importante iniciar logo a preparação física, já que essa é uma etapa do concurso que costuma eliminar muitos candidatos. O tempo entre a prova escrita e a física pode não ser suficiente para condicionar o corpo às atividades que serão necessárias no teste.

*Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”
Do G1, em São Paulo

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